O grande Luiz Otávio, gênio do microfone e da memória afiada, já dizia com sua voz inconfundível: “O que me lasca é minha memória.” Pois é. A minha também não é dessas que apagam fácil. Ela é cinematográfica — com trilha sonora, flashbacks e, claro, os personagens certos.
Voltemos a 2018: o Republicanos na Paraíba era, essencialmente, um partido de um homem só. Hugo Motta era o comandante, o timoneiro, o dono do barco e do remo. E o que o partido conseguiu naquela eleição? Um deputado federal — ele mesmo — e o pai, deputado estadual. Pronto. Dois mandatos, um almoço em família, e nada que lembrasse protagonismo. O Republicanos de 2018 passou como figurante no roteiro da política paraibana.
Mas aí chegou 2022. E com ele, Adriano Galdino — presidente da Assembleia Legislativa e mestre da articulação. Com o peso de quem sabe empilhar votos e costurar poder, Adriano não só deu musculatura ao partido: ele aplicou whey político de primeira. Sob sua batuta, o Republicanos virou o maior partido da Paraíba, e mais: fez a maior bancada federal proporcional do Brasil. Nada mal para quem, quatro anos antes, mal enchia um fusca.
A pergunta que não quer calar é: sem Adriano, Hugo teria conseguido filiar nomes como Wilson Santiago, Murilo Galdino e outros medalhões para formar a chapa que elegeu três federais? Se sim, por que não o fez em 2018, quando já era o “comandante supremo” do partido?
E mais: será que sem a articulação firme — e silenciosa — de Adriano, o Republicanos teria posto oito deputados estaduais na Assembleia? Porque quando era só Hugo no comando, o partido mal saiu da garagem. Fez um. Um único. E olhe lá.
A verdade, nua e crua, é que Adriano Galdino transformou o Republicanos de coadjuvante esquecido em protagonista da cena paraibana. Foi ele quem abriu as portas, trouxe os quadros, vestiu a camisa e distribuiu os números certos. O resto é bravata.
Mas a política tem dessas: algumas memórias são mais curtas que o pulo que Hugo Mota deu — entre o nanismo de 2018 e ares de presidência da Câmara Federal em 2022. O problema não está em subir. O problema é esquecer quem empurrou a escada.
Da Redação com fonte83
Comentários com o Facebook